
Entrevista aos Lower
O festival Jameson Urban Routes irá proporcionar algumas estreias ao vivo em solo nacional e, uma delas, caberá aos dinamarqueses Lower, que trarão consigo “Seek Warmer Climes“, editado este ano, para apresentar. E se no último dia de Outubro terão oportunidade para o ouvir ao vivo, aqui podem ficar a conhecer um pouco mais sobre a banda, este disco de estreia e as expectativas para esse concerto.
Editaram no passado mês de Junho o vosso primeiro longa-duração “Seek Warmer Climes“, que balanço fazem destes primeiros meses? Tem correspondido às vossas expectativas?
Na verdade, não tínhamos grandes expectativas, apenas editámos o disco quando pudemos. Talvez as pessoas envolvidas nesse processo tivessem as suas próprias ideias sobre como as coisas deveriam correr mas, para nós, o importante é lançarmos música sem nos preocuparmos com o número de vendas ou a sua popularidade na internet.
Já disseram em várias entrevistas que o processo de composição deste álbum foi algo moroso, por isso imagino que tenha sido uma grande satisfação verem-no finalmente editado. O que acham que motivou esta demora? Se pudessem, tinham mudado alguma coisa?
Sim, definitivamente foi óptimo termos editado aquelas canções que já andávamos a tocar há séculos. O processo de gravação levou bastante mais tempo do que tínhamos inicialmente previsto, mas, por outro lado, tivemos que levar o nosso tempo para fazermos as coisas como deve ser. Em última análise, sabíamos que teríamos de gastar mais tempo com algumas partes do disco para ficarmos satisfeitos. Por isso, apesar de o processo ter sido aborrecido e por vezes parecer interminável, tinha que ser assim.
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Afirmaram igualmente que liricamente o desenvolvimento pessoal, emocional e não só, está presente em todas as músicas. Foi planeado ou acabou por fluir naturalmente à medida que iam fazendo as canções?
As letras reflectem o que estava a acontecer na vida do Adrian no momento em que as escreveu e, nesse sentido, definitivamente que as coisas acabaram por fluir naturalmente.
Antes deste disco lançaram um split com os Iceage, no qual cada banda fez uma versão de uma música da outra, em jeito de celebração da vossa digressão conjunta pelos Estados Unidos. Como é que surgiu esta ideia?
Queríamos ter algo mais que apenas uma t-shirt como testemunho da nossa primeira digressão conjunta nos Estados Unidos. Já tocamos juntos na Europa por diversas vezes e por isso soube bem levar isto até um outro nível. Tivemos a ideia de fazer as versões por volta da mesma altura em que a compilação Dokument #1 foi gravada, e aproveitamos essa oportunidade para fazer as gravações ao vivo. As músicas acabaram por não soar muito bem e se ouvirem com atenção vão notar grandes diferenças tanto nas letras como na própria música, mas foi algo divertido para levar connosco na digressão.
O título do disco remete-nos para uma fuga ao frio. A música é um óptimo motivo para vos fazer sair da Dinamarca em busca de climas mais quentes?
Um homem sábio disse-me uma vez que estamos a bater o sistema ao viajarmos como banda em vez de umas férias regulares. Nesse sentido eu diria que sim, a música é uma razão muito boa para sairmos do país. Neste momento estamos nos Estados Unidos e está o dobro do calor da Dinamarca, por isso não nos podemos queixar.
No final deste mês tocam Portugal. Quais são as expectativas para esse concerto e o que é que o público pode esperar de vocês?
Para mim, pessoalmente, vai ser óptimo ir a Portugal. Vai ser a minha primeira vez aí e por isso não tenho ideia do que esperar do público português. Que seja uma surpresa.
Anunciaram recentemente que em 2015 vão dar o vosso primeiro concerto no Japão. Com a vossa música a chegar a diversos pontos do globo, em que países gostavam de tocar e ainda não tiveram oportunidade?
Ir ao Japão é um sonho tornado realidade, mal posso esperar. Outro lugar a que gostávamos de ir como banda é a América do Sul. Mas também não nos queixávamos se uma digressão em África fosse possível.
Estão já a pensar no sucessor de “Seek Warmer Climes“? Que planos têm a partir daqui?
Estamos sempre a trabalhar em novos temas. Assim que voltarmos dos nossos concertos em Portugal, Espanha e França vamos voltar a gravar de novo. Vamos ver o que irá acontecer.
Entrevista por Hugo Rodrigues