Top 10 de 2014 por Isabel Leirós

Top 10 de 2014 por Isabel Leirós

Com um novo ano à espreita, entramos em tempo de balanço e de recordações. Afinal, como diz Nick Cave “memory is what we are”. Feitas as contas, foi um ano recheado e impossível de ordenar num Top 10. Deixo-vos, porém, aquilo que mais me marcou nos últimos 12 meses. Que venha 2015, e que seja ainda melhor e mais grandioso!

O MELHOR QUE VI NO CINEMA

#1 Wolf of Wall Street

#1 Wolf of Wall Street

Adoro cinema desenfreado, descontrolado e extravagante. Os goodfellas da alta-finança não sujam as mãos, ouve-se Kanye West ao fundo, passamos cinco minutos inebriantes com Matthew McConaughey. Tudo isto misturado pela varinha do mestre Scorsese e temos um clássico da sétima arte.

#2 Volta À Terra

#2 Volta À Terra

Para mim, seguramente, a melhor produção nacional do ano. O documentário assinado por João Pedro Plácido segue os 50 habitantes da Uz, uma povoção perdida nas montanhas, ao longo de quatro estações. A câmara foca-se em António e Daniel, avô e neto – este último, um jovem de 21 anos que me cativou pela sua permanente boa-disposição e dedicação à pastorícia. Espero conseguir assistir à sessão em Uz, que deverá acontecer lá para Agosto do próximo ano!

#3 Frank

#3 Frank

Um filme, sobretudo escapista e sonhador. Adorei Frank pela sua humanidade, apesar de escondida pela máscara. Máscara essa igual à que tantas vezes usamos para no normalizarmos e encaixarmos. Um filme que celebra a individualidade e que me fez ouvir a “I Love You All” mais vezes do que ousaria admitir.

AS SÉRIES DO ANO

#1 The Knick

#1 The Knick

Sempre considerei Clive Owen um actor mediano. Até este papel, um médico nos primeiros anos do século XX, em que nasce a medicina moderna. Um olhar sem artifícios sobre a intervenção cirúrgica sem luvas nem anestesia, numa cidade desigual em que a doença se propaga. Absolutamente brilhante, com a improvável banda sonora assinada por Cliff Martinez – o mesmo de “Drive”, sabem?

#2 Fargo

#2 Fargo

O irrepreensível thriller dos irmãos Coen é um dos meus filmes favoritos, e em muito boa hora foi transformado numa série de 10 episódios. Billy Bob Thornton nasceu para ser vilão sanguinário e Martin Freeman é o perfeito sonso. E mais não vos conto. Tratem de ver, amigos.

#3 True Detective

#3 True Detective

Um dupla de actores improvável, um crime sórdido e enovelado, a dose certa de twists e um genérico viciante. Como não gostar? Um policial como há muito não se via, gótico e pantanoso como a região em que decorre, que a cada episódio aponta para um suspeito diferente. Duvido que a segunda temporada seja tão boa, mas cá estarei para a ver.

AQUELES CONCERTOS

#1 Cass McCombs em Famalicão

#1 Cass McCombs em Famalicão

Finalmente, Cass. Depois de um primeiro encontro no Mexefest Porto (2012) que deixou muito a desejar, reencontrei o baladeiro de olhar psicótico na Casa das Artes de Famalicão. Ouvi a “Name Written In Water”, “Big Wheel”, e – não podia faltar – “County Line”. Foi muito bonito e foi em janeiro, marcando o passo para um ano de concertos incríveis.

#2 Sensible Soccers um pouco por todo o lado

#2 Sensible Soccers um pouco por todo o lado

De norte a sul, em salas e anfiteatros naturais – e até no Curtas de Vila do Conde, foi a banda que mais tocou à minha frente em 2014. Recuso-me a contabilizar o número total de vezes. “8” é um álbum admirável, que ascende ao vivo.

#3 Jambinai em Barcelos

#3 Jambinai em Barcelos

Foi o concerto mais aguardado do ano e superou a minha expectativa, no ano em que o Milhões ficou um bocadinho mais diversificado. Tocam algo único, pós-rock diz quem percebe de catalogação, com aqueles bonitos instrumentos sul-coreanos, tão exóticos e distantes quanto a minha flatmate de Seoul.