Músicas da Semana #129

Escolhas de Bruno Sobral (Tsunamiz):

REM

R.E.M. – E-bow The Letter
É provavelmente a minha música preferida de R.E.M. e conta, além do mais, com a participação da lendária Patti Smith. É um tema melancólico, nocturno e nostálgico. Possui uma das mais belas e simples melodias que já ouvi e a voz em estilo recreativo concede a este tema uma atmosfera única comparativamente com outras músicas da banda.

The Beatles – Across The Universe
Um tema que descobri imperdoavelmente tarde enquanto percorria a vasta discografia dos Beatles. Mesmo não possuindo qualquer conhecimento prévio sobre esta música, chamou-me de imediato a atenção pela sua composição melódica genial e por um refrão que considero um dos melhores de sempre na história da música Pop. A voz é do meu Beatle preferido: John Lennon.

Allen Halloween – Debaixo da Ponte
Um dos meus artistas portugueses preferidos da atualidade. Na América seria um novo 2Pac ou Biggie. Em Portugal é um artista independente que tem reconhecimento devido única e exclusivamente ao seu talento. Neste tema demonstra toda a sua versatilidade e capacidade de transcender géneros musicais. A utilização que faz da língua portuguesa na música é das melhores que já ouvi.

Playgirlisalone – No Glory
Um tema no qual participo tocando guitarra. Uma das melhores vozes da música alternativa portuguesa, Priscilla Devesa, num tema que destila lírica e melodicamente a frustração e isolamento causados por se ser diferente das pessoas do sítio onde se vive e o cansaço causado por se ver diariamente esses mesmo sítios e pessoas.

Oldboy Ost – The Last Waltz
Uma das minhas composições preferidas de um dos meus filmes preferidos: Oldboy. Um tema ao qual regresso constantemente devido à sua perfeição melódica e domínio soberbo da linguagem musical.

Escolhas de Cláudia Filipe:

Andy Stott

Andy Stott – Violence
Estava de pé atrás com o Faith In Strangers e não devia, mas decidi dar atenção em 2015 a álbuns de 2014 e estou a  adorar. Para a próxima, lembrem-me de só fechar a lista de melhores discos deste ano no final de Janeiro de 2016.

Mono – Everlasting Light
Começar a semana com grandes notícias. A Amplificasom vai trazer novamente os Mono a Portugal, em Maio, para apresentar os dois álbuns que lançaram o ano passado, tão diferentes um do outro. Muito em breve vou poder voltar a viver um dos concertos mais emotivos onde já estive.

My Bloody Valentine – I Only Said
Lugares comuns, sítios onde nos sentimos bem ou a facilidade com que é escolher My Bloody Valentine como banda sonora de todos os dias.

Dawn Richard – Adderall / Sold (Outerlude)
Contribuir para playlist tem sempre um retorno muito positivo: descobrir coisas novas de que gosto quando tenho preguiça de ir procurar sozinha.

Daniel Johns – Smells Like Teen Spirit
Ainda há pouco tempo me deu um ataque de saudades de Silverchair e andei a ouvir a discografia e a relembrar os dias difíceis da confusão da adolescência. Eu cresci e o Daniel Johns, felizmente, também. E fez uma cover extraordinária e muito adulta da Smells Like Teen Spirit de Nirvana.

Escolhas de Miguel Correia de Sá:

Crystal Fighters

Crystal Fighters – Plage
Vieram cá em 2013, por altura do Optimus Alive e em 2014, na latada de Coimbra. Os Crystal Fighters assumem-se agora os únicos “crystal”, após o fim de Crystal Castles, tendo como base da sua imagem e sonoridade, a década de 70 e os sons mexidos, combinando os “clássicos” instrumentos de banda com outros mais digitais.

Moullinex – Flora
Talvez um dos meus melhores concertos em 2014, Moullinex no Musicbox. Luís Clara Gomes sabe como cativar o público com a sua música, seja a solo ou com a sua banda. Dotado de um visual bastante característico onde a barba é a sua imagem de marca, este DJ e produtor parece não nos parar de supreender a cada EP lançado.

Buraka Som Sistema – Kurum
São Portugueses, Angolanos, Brasileiros, são da Buraca e são do mundo. Os Buraka Som Sistema são daquelas bandas que conseguem meter qualquer um com alto astral, sem pensar em problemas e sempre com o pé fora do chão. O que ainda podemos esperar deles? Tudo, como é óbvio!

Amor Electro – Estrela da Tarde
Apesar de um percurso relativamente recente, esta banda já se afirmou e de forma bastante segura, no panorama musical português. Marisa Liz e Tiago Pais Dias conseguem fazer tanto adaptações muito bem conseguidas de sucessos da música portuguesa, como fazer originais de uma excelente composição. É o caso desta Estrela da Tarde.

Slayer – Rain
Esta foi a minha banda sonora de eleição para esta semana que se viu um tanto ou quanto chuvosa, onde sabe sempre bem ouvir sons mais pesados e adequados à ocasião em questão. Será que podemos esperar o regresso desta banda a Portugal em 2015?

Escolhas de Jorge Escórcio de Almeida:

Jamie T

Jamie T – Zombie
Tenho saudades tuas 2014. Foram 365 dias de pop-art e pretensiosismo doentio que nunca se devia associar à música pop que fizeram das pequenas luzes de esperança tão mais quentes e acolhedoras. Zombie, do Jamie T, é diversão desprendida de complexos, é sagaz, é orelhuda e é o melhor da música pop. “Gosto-te” 2014.

The Ramblers – Little Girl Trouble
Esporadicamente tenho que justificar o meu papel de crítico musical cá do e-burgo. Se tudo correr de feição – spoilers: não corre – dentro de poucos dias estará online uma ponderada reflexão sobre “Wet Floor”, o novo álbum dos The Ramblers. Para já, fica este preludio: ‘Tá fixe.

Little Girl Trouble é o melhor momento do álbum. Porque num álbum que soa ao mesmo blues que o meu avô ouvia, a faixa soa a algo que os Radiohead, ou os Incubus de Earth to Bella pt1, podiam ter feito. E é tão, tão – já disse “tão”? – mas tão boa. Mesmo.

a Jigsaw – No True Magic
Num dos outtakes da entrevista com os a Jigsaw – que, a propósito, podem ler aqui se ainda não o fizeram – comentava com o João Rui que a marca de uma boa música é o quão depressa interiorizamos a sua melodia. Tão depressa que julgamos que já a ouvimos algures. A faixa homónima de “No True Magic” está comigo desde que a ouvi. Há algo de The National aqui, mas , diz-me o autor da canção, “ é banda que nem sequer oiço”.

Tindersticks – Travelling Light
Não gosto de Tindersticks. Tentei, mas não iria resultar. Não são eles, sou eu. Se tiverem seguido o link em cima percebem a inclusão. Para mim, serviu-me para revisitar uma discografia que descurei e descobrir que ali pelo meio havia muito por conhecer e que nem tudo me faz alcançar o fast forward.

Leonard Cohen – Did I Ever Love You
Volta 2014. (Nota não relacionada: ou o Leonard Cohen está a fazer a sua melhor imitação de Tom Waits, ou devia ir a um laringologista o quanto antes.)

Escolhas de Bruno Fernandes:

Ludovico Einaudi

Ludovico Einaudi – In a time lapse
Alguma vez sentiram que a Música vos acertava o compasso? Acontece-me de cada vez que ouço Einaudi. O italiano passeia os dedos no meu centro do prazer cerebral da mesma maneira com que tecla o seu piano, e eu não posso fazer outra coisa senão desacelerar e alinhar-me no seu ritmo. “In a time lapse” é um dos melhores temas do seu álbum de 2013, uma colecção de composições onde o tempo deixa de fazer sentido e só existe o espaço para nos espreguiçarmos no cosmos da nossa própria consciência. Para se ouvir, como eu o fiz, no topo de uma montanha: o mundo é nosso, pelo menos durante 5 minutos.

Green Day – Hitchin a ride
O trio de Oakland, California, é habitualmente o calor do meu mercúrio. Quando o frio polar invade o meu humor, posso sempre contar com o seu estilo meia bola e força para me projectar um pouco mais alto, tornando-me um mestre de air guitar, air bass e air drumming. “Hitchin a ride” é o tipo de canção com que cresci na rádio a pensar que a música nos pode manipular o humor e esvaziar o pensamento no bom sentido, transformando-nos numa primordial máquina de saltos, abanos e sentidos. “Troubled times, you know I cannot lie”, mas é para combatê-los que escuto “Hitchin a ride”.

Fiona Apple – Paper bag
Há músicos a quem permitimos que sintam por nós; ou pelo menos, que gostávamos que sentissem por nós e filtrassem, na enxurrada das emoções que nos arrasta de quando em vez, algo belo e puro. Algo como “Paper bag”, uma das canções mais reconhecíveis, e belas, de Fiona Apple. Um travo de amargura, todos os versos de desilusão e a resignação que para aqueles que mergulham de cabeça no rio dos sentidos, há momentos para simplesmente boiar e nem sequer tentar nadar. Fiona Apple tem uma força emocional que extravasa a sua altura diminuta, e se ergue como uma sombra e nos envolve. Ouvir Fiona Apple é ir para a guerra. Felizmente que tenho capacete.

Rodrigo y Gabriela – Misty moses
A descoberta deste duo de guitarristas mexicanos é um daqueles felizes acasos que o Youtube proporciona quando colocamos o título de uma canção conhecida com a palavra cover à frente. No caso, foi “Stairway to heaven”, e desde então que me tenho sentido fascinado não só pelo prodígio técnico das suas mãos, mas acima de tudo pela paixão pela sua cultura, a da América Latina, que cruzam não só com um estilo anglo-saxónico (há muitos pontos de contacto com o metal), mas também a de outros países fora do seu, mas na mesma esfera cultural. “Misty moses”, é um tema de “9 dead alive”, o seu último álbum, e pretende homenagear Harriet Tubman, uma mulher negra que durante a Guerra Civil americana foi espia e lutou pelos Direitos Civis. A revolução ainda vive na terra de Eduardo Galeano, e os dois mexicanos tocam-na nas suas guitarras.

Max Richter – November
O compositor de origem germânica acompanha-me habitualmente no trabalho. O seu álbum “Memoryhouse”, de onde vem este estrondoso “November”, costuma ser o meu motor e dínamo quando chega aquela moleza no pós-almoço e eu preciso de sentir que o meu papel quase insignificante na mecânica do mundo é afinal épico e brutal. Desafio-vos a escutar este tema e a não sentirem o mesmo.

Escolhas de Hugo Rodrigues:

Bad Books

Bad Books – Please Move
Não há músicas más no homónimo desta banda formada pelo Kevin Devine e por alguns elementos dos Manchester Orchestra. No entanto, há algumas músicas que ficam mais no ouvido que outras, e neste caso em particular a voz de Andy Hull brilha tanto aqui como na banda que lidera.

Pygmy Lush – January Song
Bem, estamos em Janeiro, não estamos?

Riding Pânico – E Se A Bela For O Monstro
Seja qual for a formação, a tocar originais ou a interpretar músicas de outros (como aconteceu em parte na passada sexta-feira no Lux), é sempre um prazer ver os Riding Pânico ao vivo. Tal como é sempre um prazer revisitar o grande disco que é o Lady Cobra, e este tema é, para mim, o seu hino.

Violent Soho – OK Cathedral
Uma das boas descobertas do ano passado e que me tem vindo a acompanhar de forma regular desde então. Se o mundo for um lugar justo estes meninos terão mais algum reconhecimento em breve.

United Nations – United Nations vs. United Nations
Barulho, barulho e mais barulho. As Nações Unidas não são muito fãs da banda mas eu cá gosto, e esta música até pode ser sobre essa rivalidade, ou não.

Escolhas de Cláudia Andrade:

Marriages

Marriages – Skin
Esta semana fomos presenteados com uma bela surpresa, os Marriages partilharam a primeira amostra daquilo que será o novo álbum que irá sair em Abril deste ano. Esta Skin já nos leva a crer que este disco será um dos melhores do ano.

Author & Punisher – Miles from Home
Tenho de voltar a partilhar este senhor nas músicas desta semana porque o concerto foi um momento memorável, valeram todos os Miles from Home que fiz.

Filho da Mãe – Sem Demónios
Voltar a ver Filho da Mãe, ainda por cima na companhia do Tó Trips e com um fantástico trabalho de ilustração por parte da Cláudia Guerreiro foi sem dúvida um momento de “once in a lifetime”. Com uma sala cheia e em silêncio, o tempo voou e nós também.

Tori Amos – A Sorta Fairytale
Voltei a ouvir esta A Sorta Fairytale e parece-me que fez todo o sentido esta semana. Já tinha saudades da belíssima voz da Tori Amos.

Bat For Lashes – Glass
Fazer viagens até ao Porto na melhor companhia. Já não mudo as músicas do ipod há anos e ainda bem.

Arte-Factos

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