
Portugueses pelo mundo? #3
Agora é em Taiwan. Taipei Film Festival.
Mais de 50 filmes (curtas e longas metragens) de quase duas dezenas de realizadores portugueses.
Manoel de Oliveira, João César Monteiro, Paulo Rocha, Fernando Lopes, António Reis, Joaquim Pinto, Teresa Villaverde, Vitor Gonçalves, Pedro Costa, João Salaviza, além de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, que serão “realizadores em foco”.
“O Velho do Restelo”, de Manoel de Oliveira, é uma das obras em destaque, assim como o primeiro filme da trilogia de João César Monteiro sobre a figura de João de Deus, “Recordações da Casa Amarela”, ou “Verdes anos” e “Mudar de vida”, de Paulo Rocha, e “Belarmino”, de Fernando Lopes, serão exibidos no âmbito da secção “City in Focus: Lisbon“, onde vai ser percorrida quase toda a história do cinema português, dos primeiros filmes de Oliveira, a “Aquele querido mês de agosto”, de Miguel Gomes, passando pelo Novo Cinema dos anos de 1960 e pela geração emergente da década de 1980, em que se contam Vítor Gonçalves, Teresa Villaverde ou Manuel Mozos.
Na secção dedicada exclusivamente às curtas-metragens, contam-se 21 produções de realizadores como João Salaviza, Regina Pessoa, Gabriel Abrantes, Basil da Cunha, Sandro Aguilar, João Nicolau, Joana Pimenta e Carlos Conceição.
Em “Filmmakers in Focus“, o festival vai apresentar a filmografia de Pedro Costa, incluindo a mais recente obra estreada pelo cineasta português, “Cavalo Dinheiro”, assim como os restantes filmes da chamada “Tetralogia das Fontaínhas” – “Ossos”, “No quarto da Vanda” e “Juventude em marcha” -, entre outros do cineasta, e uma retrospectiva dedicada ao trabalho de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata.
João Pedro Rodrigues e Guerra da Mata serão também homenageados com uma nova retrospetiva em Tóquio, a partir de 12 de Junho, depois da mostra itinerante que, em 2013, percorreu várias cidades do Japão e que foi destaque, no passado mês de Abril, no Harvard Film Archive da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Ficam alguns dos artigos da equipa Arte-Factos sobre estes dois realizadores, porque por estes lados também os acompanhamos com atenção.
Cinema português em retrospectiva no Harvard Film Institute
E agora que o cinema português já chegou a Taiwain, será esta a altura em que governantes, distribuidores e produtoras já percebem que vale (mesmo) a pena?
“Este prémio, como quase todos os galardões, dá visibilidade ao filme, no sentido em que as pessoas falam dele” (…,) disse. Em Portugal, não há consequências nem na promoção do filme ou da indústria de cinema – uma vez que não há reposição no circuito comercial dos filmes premiados -, nem esses prémios traduzem mais financiamento para alimentar a produção de cinema.
“Não se pode celebrar uma indústria que não existe”. João Rui Guerra da Mata, 2012