Fear Factory no Paradise Garage (15/11/2015)

Fear Factory no Paradise Garage (15/11/2015)

#52 Fear Factory

Fotos por Paulo Tavares

No passado dia 15 de Novembro celebrou-se as sonoridades mais pesadas no Paradise Garage, com a passagem dos já veteranos Fear Factory pela sala da capital.

Começava ali e naquele momento mais uma data da nova digressão europeia da banda, como os mesmos fizeram questão de frisar durante o concerto, e se algo se pode retirar de todo o evento é que as vertentes mais pesadas da música são, muito provavelmente, as que mais se parecem como uma verdadeira família. A abertura do concerto foi deixada a cargo de, não uma, mas duas bandas (os irlandeses Dead Label e os americanos Once Human) o que só por si já demonstra a enorme solidariedade em ajudar a promoção de bandas mais recentes e consequentemente menos experientes nos circuitos por parte de bandas bastante mais rodadas (como são neste caso os Fear Factory). Para além desta demonstração de família feita por parte dos artistas, também no público se podiam ver muitas t-shirts e camisolas de bandas que não estavam ali presentes naquela noite (isto para além da imensa quantidade de exemplares de vários anos do Vagos Open Air).

Não era noite apenas de apresentação do novo álbum, Genexus, mas também a festa dos vinte anos da edição de Demanufacture (já maior de idade, mas ainda a um ano de poder consumir álcool na terras onde nasceu), tendo sido possível ouvir todo esse álbum que conta com temas como Self Bias Resistor, Zero Signal, Replica ou Dog Day Sunrise. O concerto foi também uma viagem pela já vasta discografia da banda, tendo mesmo recuado 23 anos até ao seu primeiro álbum para tocar Martyr ou a 2001 para receber Linchpin do álbum Digimortal, o que criou bastantes oportunidades para colocar o público aos saltos e em abanões de cabeça frenéticos.

Desde cedo se percebeu que seria noite de enchente no Paradise Garage, com os Dead Label (a primeira banda) a sala já ganhava forma, estando mesmo já muito bem composta para a actuação dos Once Human, mas com os principais da noite o espaço que houve só existiu nos tradicionais moches. Nem as falhas ocasionais no som (especialmente em Once Human), com os decibéis a excederem-se por vezes um pouco ou uma ou outra nota ao lado na voz de Burton Bell pareceram dissuadir ou desiludir os presentes que no final estavam bastante satisfeitos e regozijavam por mais uma grande noite da música pesada em terras lusas proporcionada pela Prime Artists.

João Neves

Licenciado em Música Electrónica e Produção Musical é um apaixonado por música e artes em geral. Interessado na área das novas tecnologias relacionadas à música e membro de uns quantos projectos.