Cobalt Cranes no Maus Hábitos (28/01/2016)

Cobalt Cranes no Maus Hábitos (28/01/2016)

#8 Cobalt Cranes

Fotos por João Monteiro

Na passada quinta-feira, dia 28 de Janeiro, a digressão europeia que serve de apresentação a “Days of the Sun” dos emergentes Cobalt Cranes, passou pelo Maus Hábitos, no Porto.

Não os conhecia antes de os ir ver e foi apenas uma escuta rápida no Spotify que me esclareceu quanto àquilo que faziam (que, ao vivo, é mais Rock n’ Roll e Grunge do que Pop Rock).

No entanto, o que sobressai nos Cobalt Cranes não é a sua música, infelizmente. Há um throwback imediato até aos anos 90 com todo o aparato da banda. A vocalista, Kate, podia ser a Joan Jett se esta fosse loira e os guitarristas parecem ter saído de uma cave qualquer onde acabaram de abrir para uma banda obscura de metal, com os seus casacos de cabedal pretos. Quem sobressai ali é o multi-instrumentalista da banda, que mais parece um sósia do Nick Sanborn, dos Sylvan Esso. Não tem guitarra na mão, nem baixo, mas sim maracas e, de vez em quando, vai buscar uma pandeireta.

Quanto à música, os Cobalt Cranes vão alternando sobre quem detém o papel principal: se Kate, se Tim. Tim lembra-nos um misto de Kurt Vile com a voz de Alex Turner que não é, de todo, mau. Ainda assim, os Cobalt Cranes não se diferenciam muito daquela banda de grunge que poderíamos ouvir num sábado à noite, na cave de um café qualquer.

No entanto, esta falta de inovação não lhes retira mérito. Muito pelo contrário, é possível que voltem a Portugal nos próximos dois anos e vejam o seu nome a crescer – literalmente – cada vez mais nos festivais de música portugueses porque são uma fórmula que resulta.

Música à parte, nota-se a humildade e simpatia da banda americana perante uma sala de espetáculos quase cheia. Visitam o Porto pela primeira vez e mal sabem que, daqui a uns valentes meses, estarão de volta.

Rita Neves