Músicas da Semana #192

Escolhas de Mira, Un Lobo!:

Sufjan Stevens

Sufjan Stevens – John Wayne Gacy, Jr.
Não sou saudosista na música. São raras as vezes que recupero um álbum da minha vasta coleção de CDs porque tenho saudades de o ouvir. Prefiro mil vezes descobrir coisas novas, vasculhar blogs de todo o mundo à procura de novas sonoridades. Nos últimos tempos, estranhamente, ando a voltar a consumir de forma compulsiva vários álbuns de Sufjan Stevens, dos quais “Illinois” se destaca. Este tema trata (e sempre tratou) tão bem os meus ouvidos…

The Books – Free Translator

Este é outro dos casos raros, a par com Sufjan Stevens, que me faz perder horas à procura do álbum certo no meio daquele monte infinito de CDs que, preguiçosamente, nunca quis organizar por ordem alfabética. Não tenho um álbum favorito dos The Books… gosto de todos por igual. Mas tenho três temas que gosto acima de todos os outros. “Take Time”, “Enjoy Your Worries, You May Never Have Them Again” e esta “Free Translator”.

Kanye West – FML
Kanye West é o meu parvalhão favorito. Perdoo-lhe toda a idiotice que por vezes (só às vezes) debita, a cada novo disco que lança. Reinventa o hip hop, não se acomoda às mesmas batidas e sonoridades, tem excelentes influências, nota-se que ouve muita música (não só hip hop), está atento aos novos artistas que vão surgindo nos meios menos comerciais e faz-se acompanhar dos músicos certos nas colaborações que escolhe para cada álbum. Além de ser um mestre na arte da manipulação mediática, é um dos raros génios musicais do nosso tempo. “FML” é um excelente exemplo disso mesmo. “Life Of Pablo” é um dos discos que continua a rodar com frequência no meu carro.

Phoria – Saving Us a Riot
É uma das novas bandas com que mais me identifico. São o equilíbrio perfeito entre a eletrónica simples e o sentido emocional apurado da escrita de canções. Este tema foge ao que normalmente fazem por ser totalmente acústico, ainda assim, apanhou-me por completo. É de uma beleza extrema. Se não conhecem, experimentem também a “Emanate” que é incrível e que espelha melhor o que os Phoria costumam fazer.

Yeasayer – Silly Me
Ainda não tenho certezas sobre 2016 no que à música diz respeito. Falta muito tempo para o ano terminar e nos próximos tempos avizinham-se bons lançamentos, como o primeiro de Phoria ou o novo de James Blake. Até ver, se por um lado já me trouxe uma das maiores desilusões dos últimos anos, o novo álbum de M83, por outro, já me trouxe o último do Kanye e dos Yeasayer que, com o novo “Amen & Goodbye”, quase me fizeram esquecer o desastre que foi “Fragrant World” (2013). Este é um dos momentos altos do disco.

Escolhas de Hugo Rodrigues:

Brian-Fallon

Brian Fallon – Painkillers
Não é que não goste da soma das partes da discografia do Brian Fallon, seja neste trabalho a solo, parcialmente a solo com os The Horrible Crowes ou em banda com os The Gaslight Anthem. Mas há uma coisa que inevitavelmente acontece, há sempre uma música que é para mim maior que todas as outras em cada disco lançado, por uma distância grande, e invariavelmente ainda por cima é sempre aquela balada lamechas. Ou o tipo tem demasiado jeito para isto ou então é problema meu. Ou se calhar até são as duas coisas.

Manchester Orchestra – Simple Math
Já por aqui o disse e mantenho: continua a ser a minha matemática preferida.

Linda Martini – Amigos Mortais
Ao longo desta semana que hoje termina voltei a pegar na discografia dos Linda Martini. Não é assim tão raro, pelo contrário, e é sempre um prazer ouvi-la de uma ponta à outra. A Amigos Mortais continua a ser uma das preferidas e tendo que escolher uma, cá fica.

Portugal. The Man – Creep In A T-Shirt
Não somos todos?

Radiohead – Burn the Witch
A internet explodiu este domingo com o lançamento do novo dos Radiohead, ainda não o ouvi, só mesmo esta Burn the Witch.

Escolhas de João Neves:

Miles Davis

Miles Davis – So What
A semana começou com este enorme senhor e o, talvez, mais aclamado álbum Kind Of Blue. Estava dado o mote para uma semana intensa mas muito boa em todos os aspectos.

Jeff Buckley – So Real
Seguindo na linhagem dos grandes senhores com grandes álbuns eis que apareceu Grace e todos nós concordamos que se não tivesse partido tão cedo maior teria sido.

Radiohead – Daydreaming
E no meio dos grandes senhores eis que os sempre misteriosos Radiohead desatam a mostrar material novo, culminando hoje mesmo com o lançamento de A Moon Shaped Pool, ainda não deu para ouvir todo malta…

First Breath After Coma – Umbrae
Podendo sem qualquer esforço incluir muito do “made in Portugal” no meio dos grandes senhores os First Breath After Coma são bom exemplo disto, lançado esta semana, Drifter tem material de classe mundial. Esta Umbrea conta com mais um grande, Noiserv, e com um vídeo que vale de todo a pena ver.

Red Hot Chili Peppers – Dark Necessities
E vêm mais uns… os projectos que ligaram os Red Hot Chilli Peppers aos Radiohead também devem ter dado para passar esta coisa de fazer lançamentos sem avisar. Em termos musicais estes Red Hot parecem estar mais crescidos e promete bem o que aí está para vir.

Escolhas de Ricardo Almeida:

Pentagram

Pentagram – Last Days Here
Sábado à noite. Episódio de Game of Thrones (não sou fanboy, mas vou acompanhando), filme manhoso sobre um escritor com uma fobia de lavandarias, escutar uma entrevista de quase uma hora com o Aaron Turner (ISIS, Mamiffer, Old Man Gloom, etc.), documentário dos Old Man Gloom, documentário “Such Hawks, Such Hounds”. De repente são três da manhã e estás a comer meloa e a ouvir Pentagram.

Tom Waits – Lucky Day
Esta semana foi só pôr o The Black Rider a tocar para a chuva voltar.

Mamiffer – Domestication of the Ewe – part II
Não esperava vê-los em Portugal tão cedo, mas parece que é já a 9 de Julho que vou de propósito ao Porto para ver uma das minhas bandas preferidas. O disco novo dos Mamiffer está fenomenal, e voltar a ver o Aaron Turner a berrar enquanto os amplificadores cospem riffs dos mais brutos, desta vez com os Sumac, é um excelente bónus. Agora só falta meterem cá os Old Man Gloom em 2017.

Codeine – Pickup Song
Quando for grande quero ter uma banda com nome de medicamento e tocar canções tristes.

Old Man Gloom – Zozobra
Esqueçam todos os stand-up comedians idiotas, sigam antes os Old Man Gloom.

Arte-Factos

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