Músicas da Semana #194

Escolhas de Miss Lava:

Black-Mountain

Black MountainMothers of the Sun
Excelente regresso dos Canadianos Black Mountain aos discos, eles que estiveram no passado dia 28 de Março no Musicbox, e infelizmente não pude ir. Esta música, embora meio estranha, é maravilhosa. É uma música bastante experimental com uma melodia hipnotizante e viciante. Umas das melhores músicas deste ano.

GreenleafLevitate and Bow (Pt. 1 & 2)
Já sou fã dos Greenleaf há algum tempo, mas penso que este novo disco está num nível superior aos anteriores. Nós que tivemos o prazer de tocar com eles este ano num concerto memorável. Escolho esta, mas podia ter escolhido qualquer uma do disco. Esta música, que de início me leva um bocado para o rock progressivo dos anos 80, vai evoluindo e também me consegue transportar para outras épocas. Épica!

Graveyard The Apple & The Tree
Uma música simples de rock, curta com tudo o que o rock deve ter. Bons Riffs, bom Solo, bom refrão, etc. A letra começa com a frase “I remember the days I don’t recall.” que de alguma maneira me remete para uma nostalgia dos meus tempos que  também já não me lembro. Acho que esta música tem o “vibe” certo para ser a banda sonora perfeita de umas férias de verão.

Monster MagnetCobras And Fire (Hallucination Bomb)
Os Monster Magnet são para mim a banda que mudou a minha maneira de ouvir música quando em 1995 escutei o álbum “Dopes to Infinity”, e neste último álbum eles conseguiram ir buscar toda essa “vibe”. A banda teve ainda uma sacada brilhante ao pegarem nos últimos dois discos de estúdio, “Mastermind” e “Last Patrol”, e regravarem os discos com as mesmas músicas, mas onde exploram caminhos completamente diferentes, é como se fosse: e se nós em vez de termos ido pela direita, tivéssemos ido pela esquerda. O resultado é brutal, e especialmente nesta música, que ficou perfeita! Mais psicadélica, mais espacial, uma obra de arte.

SinistroPartida
Não podia deixar de ir buscar uma música dos portugueses Sinistro (também podia ter escolhido qualquer uma do novo “Semente”). Nossos amigos de longa data, muitos deles de outros projetos irmãos, este novo disco é uma lufada de ar fresco no panorama musical mundial. A voz doce da Patrícia Andrade em contraste com o poderoso instrumental fazem desta música um dos pontos altos deste disco. Claramente uma banda a ter em conta, e um dos melhores discos deste ano.

Escolhas de Hugo Rodrigues:
©Rui David

©Rui David

Um Corpo Estranho – Onde Quero Arder
Os Um Corpo Estranho mostraram recentemente o novo single Onde Quero Arder, que antecipa o álbum que nos chega em Setembro, e tal como já tinha acontecido em 2014 com o disco de estreia da banda, parece-me que vou gostar bastante. Para já, roda esta música em repetição.

Keep Razors Sharp — 9th
A presença da banda no Rock In Rio-Lisboa fez com que voltasse a pegar no disco que editaram há um par de anos, pela ainda Optimus Discos, e relembrou-me que apesar de não o ouvir há algum tempo, continua bastante interessante. E ao vivo não desilude.

PISTA – Quéraute
Mais uma escolha patrocinada pelo Rock In Rio-Lisboa (felizmente há um palco patrocinado por uma certa e determinada marca de telecomunicações, que por acaso tem uma rádio). Esta música deu por encerrada a actuação da banda de uma forma épica e podia ter-se prolongado por mais tempo que não nos importaríamos.

Tubelord – Our First American Friends
Já não me lembro o como ou o porquê de ter chegado esta semana aos Tubelord, mas foi bem fixe recordá-los.

Cursive – Big Bang
Outra boa recordação.

Escolhas de José Raposo:

Max Ravitz

Rav. – J.H. Kingery
Max Ravitz, produtor norte-americano, resolveu presentear-nos este ano com Common Purpose, álbum em colaboração com nomes como Bookworms, Cloudface ou a companheira, Josephine Kingery. A diversidade das colaborações revela uma riqueza sonora admirável: desde acid house a deep house, passando por sons aparentados à Hyperdub de Kode 9 – é quase um guia de iniciação à música electrónica. Um dos bons álbuns de 2016.

Beach Boys – God Only Knows
Nesta semana que passou, Pet Sounds, obra maior dos Beach Boys, comemorou cinquenta anos. Independentemente de poder ser considerado um álbum da banda do clã Wilson ou um trabalho a solo de Brian Wilson com a lendária Wrecking Crew, certo é que se tornou num dos discos mais influentes de toda a música popular: desde Belle & Sebastian até Animal Collective, não há melodia ou arranjo que não tenha o tempero de Pet Sounds. Em God Only Knows o xarope amoroso à superfície revela arranjos e quebras saídas de um Brian Wilson no seu auge pessoal e antes do desvario que foi a primeira versão de Smile (e problemas mentais de Wilson associados). Onde estaríamos sem Pet Sounds? Pior, muito pior e bem mais feios.

Bruce Springsteen – Atlantic City
O Boss e a sua E Street Band visitaram-nos esta semana – no caso do primeiro, pela terceira vez e no caso dos segundos, apenas a segunda. Para além de uma retrospectiva de The River, mítico álbum de Springsteen e respectiva banda, revisitaram-se clássicos como Atlantic City; conto a solo de Springsteen sobre o crime organizado e o desespero que campeia pelas profundezas do sonho americano, a sua simplicidade em estúdio (uma guitarra acústica e pouco mais) expande-se com fulgor que envolve toda a banda. E o concerto? Há muito esperado por este escriba e foi um dos grandes concertos do ano, com ou sem pressas.

Dinosaur Jr. – The Lung
De visita à nossa Pátria daqui a poucas semanas, há que começar a estudar a lição e relembrar os clássicos da banda de J. Mascis, Lou Barlow e Murph. Faixa imprescindível do segundo álbum da banda, You’re Living All Over Me (1987), sequencia todo o ADN dos Dinosaur Jr.: a velocidade herdada do hardcore dos Deep Wound, a distorção e destreza de J. Mascis e suas Fender Jazzmaster, o baixo ondulante de Barlow e a bateria de Murph como autêntica casa das máquinas. A variação melódica faz a diferença, transformando a canção num jangle pop agressivo, com mais um solo portentoso de Mascis. A não perder no Primavera Sound Porto.

Arte-Factos

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