Escolhas dos Nice Weather For Ducks:

Curtis Mayfield – Pusherman
Para estes dias em que está sol mas não podes ir à praia, porque tens de ir trabalhar, isto faz com que a vida pareça melhor!

Lemon Jelly – Slow Train
Agora que acabámos de lançar um álbum cá para fora decidimos revisitar algumas das coisas que ouvia quando decidimos criar a banda. Esta tem-se mantido muito presente nas nossas playlists.

Moderat – Therapy
Este som é como um bálsamo no final de um dia de trabalho! Também é bom para ouvir lá por casa enquanto se faz aqueles trabalhos de bricolage típicos do verão. Fica a dica!

Tinariwen – Toumast Tincha
É um bom despertador e sabe bem começar assim os dias! É perfeito para aquele acordar suave.

Rodrigo Amarante – Irene
Recentemente fomos quase todos ver o bonito concerto do Rodrigo Amarante. Esta ainda não nos saiu da cabeça.

Escolhas de Hugo Rodrigues:

Foge Foge Bandido – A Canção da Canção Triste
Já há bastante tempo que não pegava no trabalho a solo de Manel Cruz enquanto Foge Foge Bandido. Na verdade nem sei o que me levou até ele durante esta última semana, mas andei a picar alguns temas dos muitos que compõem o O Amor Dá-me Tesão / Não Fui Eu Que Estraguei.

letlive. – A Weak Ago
O disco novo dos letlive. continua a rodar bastante por aqui. Depois de um álbum passado que nada me disse a banda volta a acertar em cheio e a despertar o meu interesse.

Norma Jean – 1,000,000 Watts
O novo disco dos Norma Jean sai em Setembro e até agora tudo o que ouvi parece-me muito bem.

Anthony Green – You’ll Be Fine
Outro com disco a sair em Setembro, curiosamente no mesmo dia, e neste caso um dos meus preferidos. A julgar pela amostra vou gostar também bastante deste novo trabalho do Anthony Green, mas lá está, sou demasiado suspeito para falar.

Weezer – Island in the sun
Quem me dera estar numa.

Escolhas de José Raposo:

Iggy Pop – Nightclubbing
O grande mestre iguana honrou-nos com a sua presença em território nacional há coisa de uma semana – desta feita a solo, sem (o que resta) os seus Stooges, como há cinco anos. Mesmo com quase setenta anos continua a ser um grande maratonista, presenteando-nos (entre outras malhas intemporais) com Nightclubbing, do clássico The Idiot (que teve a mão do saudoso camaleão Bowie), um dos mais influentes álbuns de sempre; estão a ver aqueles nomes sonantes do post-punk de que tanto gostam? Não existiriam sem este disco. Sintetizadores lúgubres e uma letra de um fantasma cínico que já viu as personagens todas da noite, mas que não vive sem aquilo. Versão ao vivo fiel e que manteve o espírito de bares fumarentos encafuados em caves, daqueles onde se ouve a música que irá revolucionar isto tudo.

Kendrick Lamar – Bitch, Don’t Kill My Vibe
Outro regresso de relevo a solo nacional, este de Kendrick Lamar; não faltou, pois, uma das grandes canções dos últimos anos, Bitch, Don’t Kill My Vibe. Com o frenesim geral do concerto ganhou-se um momento memorável, mas perdeu-se muita da essência original da canção, saindo prejudicados os arranjos de cordas e de vozes. Se o título (e Compton) remetem para o gangsta rap, certo é que, quando a ouvimos, temos aqui um hino ao isolamento de tudo, incluindo daqueles de quem gostamos, porque o tempo foge e tem de ser nosso de vez em quando – morram os extrovertidos e a discriminação contra os introspectivos. Já dizia outro poeta que temos de andar pela solidão e pelo isolamento para chegarmos onde queremos e podermos dançar e cantar o que nos der na telha. Sendo assim, não nos chateiem, que por vezes temos de estar sozinhos.

GNR – Bellevue
Há trinta anos atrás saía Psicopátria, quarto disco de estúdio dos GNR. Quase sem Alexandre Soares e já sem Vítor Rua, foi aqui que se consolidaram os GNR como grande banda nacional, capaz de encher Coliseus após a exploração sonora dos três primeiros álbuns – e na semana passada tivemos oportunidade de rever o disco ao vivo. Escolheu-se Bellevue por conter todos os elementos dos GNR pós-Rua: letra surreal de Rui Reininho (aquele clássico), arranjos que puxam pela música popular nacional (acordeão) e pela internacional (teclados), tudo num conjunto coeso cujos pormenores ainda hoje dão gozo descobrir. Junte-se-lhe uma das capas mais icónicas de sempre e temos um trabalho com lugar cativo em qualquer colecção de discos nacionais digna desse nome.

De La Soul – Stakes Is High
A história da música popular que interessa continuou a passar pelos palcos nacionais nas últimas semanas e os De La Soul fizeram parte do desfile. Atreveram-se a produzir material à sua maneira numa altura em que o gangsta rap era “A” convenção hip hop da moda ou quando Nova Iorque e Los Angeles não se podiam nem ver. Stakes Is High data desta última época, contando com a colaboração de outro (saudoso) marginal sonoro que se tornaria rei, Jay Dee/J. Dilla. O excessivo materialismo levou a esta reacção do ascetas; os carros, gajas boas, palacetes e prémios da treta destruíram o património e a arte e deram mau nome ao género. O que vale é que, vinte anos depois, ainda cá temos os De La Soul em excelente forma para nos darem a conhecer a verdade.

DJ Shadow – Changeling/Transmission One
Diz quem conseguiu ver a actuação de DJ Shadow no Super Bock Super Rock que foi algo de transcendente. Não era para menos: vão lá vinte anos de Endtroducing….., um dos melhores discos da História; o público nacional teria, pois, direito a uma retrospectiva pela mão do próprio Shadow. Temos aqui quase oito minutos de gosto e beleza (o mesmo não se pode dizer da pêra do produtor) da MPC de Shadow e dos samples que são os componentes do ADN do álbum – estamos perante o cinema de John Carpenter, os Tangerine Dream e os Embryo. E uma ligação com Psicopátria: outra enorme capa de álbum, esta remetendo para os prazeres da compra de discos (e do cratedigging). Ouvindo Endtroducing….. regressamos ao fim dos anos noventa que não estão datados e que nos animam o espírito. E boas novas nestas sonoridades dos samples e sua reciclagem, que temos (FINALMENTE) novo disco dos Avalanches.

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